quarta-feira, 16 de junho de 2010

Atitudes de aliança e atitudes sentimentais

II Cro 20;1-3

O rei Josafá foi um homem de aliança. Ele teve uma aliança com Deus e por causa disso, o Senhor o abençoou e o fez prosperar poderosamente. Como ele era o rei de Judá e fez o que era reto aos olhos do Senhor, consequentemente toda a nação também prosperou.

Naquela época não é como hoje aonde temos a Bíblia à nossa disposição das mais variadas formas. A Lei não estava à disposição de todos, mas somente do rei, dos sacerdotes, escribas e levitas. Se o rei não guardasse a Lei e fizesse o que era mau aos olhos do Senhor, consequentemente todo o povo faria o mesmo. Se o rei levantasse altares a falsos deuses, também todo o povo faria o mesmo. Mas se o rei verdadeiramente buscasse ao Senhor, o povo era ensinado na Lei, os mandamentos eram cumpridos, os altares eram destruídos e toda a nação prosperaria.

Assim foi com o rei Josafá, pois ele “procurou ao Deus de seu pai e andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel” e enviou princípes, levitas e sacerdotes para ensinarem a Lei do Senhor em todas as cidades de Judá. Por causa disso Deus lhe deu riquezas em abundância, tanto do seu povo como de outros povos (II Cro 17).

Na mesma época quem reinava em Israel era o rei Acabe, que era totalmente idólatra e perverso. Em certo momento da história Josafá fez aliança com Acabe, de tal forma que os dois saíram a guerrear contra o rei da Síria. Josafá era um homem de aliança e estava disposto a honrar a aliança que fez com Acabe (II Cro 18;3).

Mas o que não conseguimos entender é como Josafá chegou ao ponto de fazer uma aliança com Acabe. Será que ele não sabia qual tipo de pessoa era Acabe? Será que ele ainda não tinha ouvido a respeito da fama de Acabe?

O que podemos ver pela Palavra é que Acabe conseguiu persuadir Josafá a ir com ele naquela batalha. Acabe não era um homem de aliança, mas vivia pelos seus sentimentos. O que ele sentia, fazia. Creio que naquele momento ele conseguiu contaminar a Josafá com a mesma “unção” que havia sobre ele – agir pelos sentimentos.

E Josafá foi tão persuadido, que chegou a ser enganado até mesmo pelos profetas mentirosos de Acabe e não se importou quando um verdadeiro profeta profetizou um decreto de morte do Senhor para Acabe. Ele ainda continuou cego diante de tudo aquilo.

Então, chega o momento em que eles saem à guerra contra o rei da Síria. Acabe propõe a Josafá que este vá à peleja com suas vestes reais, enquanto aquele com armadura de soldado. Josafá está tão seduzido por seus sentimentos que mesmo diante da proposta de Acabe, ele aceita tranquilamente. No decorrer da batalha, Josafá vê a morte de perto quando é seguido pelos inimigos, mas recebe o livramento do Senhor, e Acabe, que pensava em escapar das mãos do inimigo, morre (II Cro 18;28-34).

Ao retornar para sua terra o rei Josafá é repreendido pelo profeta, pelo fato de ter feito aliança com um homem perverso. Mas o Senhor conhece o coração de Josafá, e este se volta para servi-lO e estabelecer a vontade de Deus em Judá.

Vamos ver entender o que é ter atitudes de aliança e atitudes sentimentais. Nós, como filhos da aliança, não podemos viver por sentimentos. Nem tampouco ter uma aliança com Deus e colocar os sentimentos acima dela. A Palavra diz que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? ” (Jr 17;9). Isto significa que num momento nossos sentimentos podem nos levar para uma direção, noutro momento, para outra direção. Então, para onde vamos se nos deixarmos levar pelo nosso coração?

Vamos analisar algumas situações pelas quais passou o rei Josafá e traçar um paralelo que nos mostrará o que precisamos fazer e a forma certa para nos posicionarmos diante da aliança que temos com Deus.

II Cro 20;1-3

1º) v. 1 → 3 exércitos se reuniram contra Judá para saírem à guerra. Para qualquer exército subjugar o seu inimigo, é natural que ele vá com uma quantidade de soldados maior que o outro. Aqui Judá estava em minoria;

2º) v. 2 → a primeira notícia já foi estarrecedora, e agora a segunda piora a situação deles. Os inimigos estavam a cerca de 70 km de distância, e em pouco tempo chegariam. Imagina o terror que tomou conta daquele povo, sabendo que em pouco tempo eles seriam assolados por aqueles exércitos e seriam exterminados;

3º) v. 3

Aqui verificamos as atitudes de uma pessoa que tem aliança com Deus e que se move por ela.

Primeiramente vemos que quando Josafá soube da incursão inimiga contra Judá, teve medo. Mas como teve medo? Porque é uma reação natural do ser humano diante de certas situações, como qualquer outra reação humana. Não significa que ele estava tendo atitudes sentimentais. Josafá tinha sentimentos e emoções, então, era normal ter alguma reação. Ainda mais após receber uma notícia de tanto impacto.

Mas o mais importante não era a sua reação, e sim, o que viria após ela. Josafá demonstrou ser um homem de aliança com Deus, pois ele se propôs a buscar ao Senhor. Se nós atentarmos somente para a nossa primeira reação e não dermos o próximo passo, podemos ficar paralisados em todas as nossas conquistas.

O próximo passo de Josafá mostrou nele uma atitude de aliança: ele se pôs a buscar ao Senhor.

Certamente em nosso ministério teremos muitos desafios, além das tentações que vêm para nos tirar da rota de Deus e a ação do inimigo, para nos paralisar e destruir. Em cada uma dessas situações temos duas opções para escolher: ou avançamos com Jesus ou paramos.

Teremos desafios não apenas no ministério, mas em toda a nossa vida. Nada será fácil e a tendência é que as guerras aumentem. É muito fácil desistirmos. É somente dizermos não para aquilo que o Senhor tem para nós. Mas Ele investe pesado em nossas vidas, para que venhamos a dar o retorno esperado.

Após buscar ao Senhor, Josafá apregoa um jejum no reino e faz um ajuntamento com o seu povo para clamar ao Senhor em humilhação. Ele reconhece que somente o Senhor poderia livrá-lo das mãos dos inimigos e clama pelo socorro. Ele começa adorando ao Senhor e declarando o Seu poder e majestade, e depois declara a sua impotência diante deles (II Cro 20;6,12).

Estas são atitudes de quem tem uma aliança com Deus. Ele não fica preso em seus sentimentos por causa das circunstâncias ao seu redor, mas ele olha para o Senhor sabendo em quem ele tem crido.

E nós, como temos nos posicionado diante da aliança?

Muitas vezes ficamos travados diante de certas situações. Em nossa casa, no trabalho, com o chefe, na igreja, com o pastor, discipulador, com os irmãos, etc. Às vezes são coisas complicadas, mas em outras ocasiões pequenas; mas nós nos detemos nelas mais do que deveríamos e nos desviamos do propósito de Deus para nós. Isso é coisa da alma do homem! Mas nós não podemos ser pessoas almáticas, que se deixam levar por aquilo que a alma sempre quer fazer ou como está sentindo, pois somos chamados a nos movermos pela aliança.

Veja quais foram as consequências de Josafá ter tomado atitudes de aliança.

1º) v.v. 14-17 – Deus levantou um profeta para dizer a Judá que pelejaria por eles. O Senhor veio em socorro quando eles levantaram a voz, liderados pelo rei Josafá, para clamar a Ele;

2º) v.v. 18-21 – Após a palavra de Deus por meio do profeta, Josafá liderou o povo em adoração e recebeu do Senhor a direção para o que deveria fazer;

3º) v.v. 22,23 – Deus causou confusão nos exércitos inimigos e fez com que eles se levantassem contra si mesmos. O Senhor deu a vitória ao povo de Judá;

4º) v.v. 24,25 – Além da vitória sobre os inimigos sem ter que levantar uma espada, eles foram surpreendidos com os despojos. Que exército levaria riquezas para a guerra? Aqueles levaram e Judá se apossou das riquezas que ali estavam;

5º) v.v. 26-30 – A bênção do Senhor repousou sobre Judá. Os inimigos ao redor ficaram atemorizados, pois souberam da vitória que Deus deu para Josafá e seu povo.

Mas quais foram as consequências que teve Acabe, por ter tomados atitudes sentimentais? Seu reinado terminou drasticamente, sua família foi consumida por todo o resultado do pecado que ele e sua mulher cometeram. A maldição foi o resultado de suas ações.

Quais têm sido suas atitudes? De aliança ou de sentimentos?

O que você decide hoje? Você diz sim ou não para a aliança com Deus? Não podemos viver numa aliança e nos movermos fora dela (Mt 6;24)